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06/12/2023em Direito Empresarial Direito Trabalhista
Empreendedor: como preparar sua empresa para as despesas de 13˚ salário?

Muitos empreendedores enfrentam desafios com os gastos do fim de ano, entenda a importância de planejar e contar com uma consultoria jurídica

Durante este período do ano, o foco de todos se direciona para um tópico em particular: o pagamento do 13º salário. Para aqueles que aguardam ansiosamente pelo benefício, seja ele pago de uma só vez ou em parcelas, as possibilidades de como utilizar esse dinheiro adicional começam a surgir na mente. Consideram como irão gastar esse dinheiro, em que investirão, se o destinarão para quitar contas atrasadas, ou aproveitar em outras finalidades.

Por outro lado, para o empregador, esse momento representa uma despesa considerável. Muitas empresas encaram esse período com uma preocupação adicional, devido às pressões financeiras que ele acarreta e como o fluxo de caixa vai se organizar.

O 13º salário faz parte das despesas relacionadas à folha de pagamento, que normalmente representam mais de 80% das despesas totais da empresa. Portanto, a melhor abordagem para gerenciar esses custos relacionados a salários, encargos, acordos coletivos, bônus e outros aspectos é por meio do planejamento anual da empresa, mas se isso não foi elaborado ao longo do ano, algumas recomendações podem ajudar. 

É importante compreender que a consultoria jurídica é o auxílio adequado para que os contratos com os colaboradores sejam cumpridos, assim como também orientar decisões do empresariado. A especialista Natália Guazelli, advogada corporativa, explica como o empresário deve se organizar para o pagamento dos tributos nessa época do ano, sobretudo, tendo em vista que deve equilibrar contratos, despesas e prever investimentos, se necessário, para além encerrar o ano tranquilamente, iniciar o próximo com as obrigações em dia. 

Uma recomendação para lidar com essa situação é o planejamento, o ideal é que seja feito com antecedência para que seja mantido o ano todo. Quando uma empresa adota um planejamento de despesas sólido, criando uma projeção orçamentária eficaz, os períodos de gastos concentrados não afetam negativamente o fluxo de caixa” explica a especialista.

Algumas ações que devem ser previstas, segundo a advogada corporativa, Natália Guazelli: 

  1. Fluxo de caixa: Em sua essência, o conceito de “fluxo de caixa” abrange o registro minucioso de todas as entradas e saídas financeiras de uma empresa. Para manter o fluxo de caixa devidamente atualizado, é crucial registrar diariamente todas as transações, independentemente do seu valor. Além disso, é fundamental manter um acompanhamento rigoroso das pendências a receber no futuro, das obrigações a pagar, bem como dos gastos planejados e suas datas correspondentes. A manutenção de um registro de fluxo de caixa exige um nível de detalhamento considerável e precisa ser isento de erros, a fim de permitir a utilização eficaz dessas informações na gestão financeira de pequenas empresas;
  2. Gestão do capital de giro: A gestão do capital de giro consiste no conjunto de ações empreendidas por uma empresa visando a uma administração eficaz da diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes. Ativos circulantes: estes representam os recursos disponíveis em caixa e outros ativos de fácil liquidez a curto prazo, incluindo estoques, contas a receber e investimentos financeiros; Passivos circulantes: tratam-se das obrigações a serem quitadas em curto prazo, abrangendo despesas como folha de pagamento de fornecedores e funcionários, empréstimos bancários e duplicatas a pagar;
  3. Gestão de contas: A administração de contas é um processo intimamente relacionado ao departamento financeiro de uma empresa, cuja função é supervisionar os compromissos a pagar e os valores a receber. O propósito da gestão de contas consiste em gerenciar os compromissos e acordos que a empresa deve cumprir tanto no curto quanto no longo prazo, tais como: custos fixos relacionados à manutenção da empresa, aquisição de equipamentos, liquidações a fornecedores de materiais e insumos, remuneração e despesas com a mão de obra dos funcionários, encargos fiscais, entre outros;
  4. Gestão de estoque: A manutenção do estoque em uma pequena empresa requer uma parte significativa de seus recursos. Por essa razão, é de suma importância monitorar de perto essa questão e gerenciar de forma eficiente o inventário do empreendimento. Isso permitirá uma visão mais clara das entradas e saídas de mercadorias, evitando situações em que itens altamente demandados pelos clientes estejam em falta ou em que a empresa aloque grande parte de sua receita em produtos de baixa rotatividade, que demoram a ser vendidos;
  5. Planejamento financeiro: A elaboração de um planejamento é um elemento crucial na eficaz gestão financeira, essencial para garantir o sucesso sustentável de uma empresa a longo prazo. Nesse contexto, é fundamental definir os objetivos da organização e planejar as finanças de acordo com esses objetivos. Realize uma análise detalhada da situação atual de sua empresa e estabeleça metas prioritárias, delineando os próximos passos necessários para alcançá-las.

Assegurando o pagamento do 13º salário dos funcionários e mantendo todas as demais obrigações financeiras em dia, sua empresa poderá prosperar e alcançar resultados positivos, tanto a curto quanto a longo prazo. Portanto, planeje-se com antecedência, conte com uma consultoria jurídica, reserve os recursos necessários e esteja sempre preparado para enfrentar contratempos”, orienta a especialista.

A orientação jurídica adequada contribui para a segurança da empresa e ajuda na instrução das necessidades ao longo do ano, esse é um período recomendável para avaliar as necessidades do negócio e planejar crescimento, investimentos e necessidades sejam tributárias ou contratuais.

Assista a entrevista na íntegra!